segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Como vi este ano a Pátria minha amada...

Aproxima-se o fim do ano e hoje vou expôr sobre o que mais me sobressaíu este ano em Portugal, meu país de origem e que me anda sempre no pensamento por causa das dificuldades que as pessoas sentem.

Foi ano de eleições municipais e mais uma vez pensei nesse sistema de eleições em comparação ao sistema que vivo no Canada. Penso que as eleições municipais muito provávelmente copiadas da Europa, são absolutamente democráticas mas o relacionamento dos partido municipais com os nacionais, em nada ajuda o nosso sistema.
Pelo que tenho visto, os partidos camarários continuam a ser o braço dos partidos nacionais como no tempo em que eu ainda lá vivia. Só que vendo no Canada os partidos camarários serem independentes dos governos e seus partidos, noto que lhes dá capacidade de oposição a decisões governamentais muito mais sólida. Não estou a ver, a não ser num caso muito excepcional, um governo camarário se virar contra o governo nacional se fôr do mesmo partido. Amuos sim, que até convêm para a propaganda política mas que passam e a vida continua... continuará? Por outro lado também não vejo independência total de um governo nacional para de forma corrente distribuir verbas ou "fundos perdidos" às cãmaras que não sejam da mesma côr, a não ser em caso excepcional como catástrofes ou outras fatalidades. Se este tipo de compadrio aparece no aparelho democratico entre governos, como não será no aparelho público do estado. Como todos pensamos saber pois ainda há muitas situações encobertas e sem jornalistas de inquérito, já se está a ver porque é que os portugueses há centenas de anos que são bons navegadores.

Portugal está sem dúvidas a criar um foço entre as classes média e a menos média assim como a pobre, pois se há cada vez mais pessoas a necessitarem de auxílio, também este ano houve cerca de oito porcento mais de pessoas a passarem as férias de Natal fora de casa. Se o primeiro caso é aflitivo, o segundo mostra- nos sinais de recuperação.
É certo que no primeiro caso têm estado a criar meios para ajudar os mais desfavorecidos como a distribuição de produtos alimentares e roupas mas que se tem destinado práticamente aos sem abrigos. Os outros que andaram a estudar com a promessa de um futuro melhor mas que não tiveram que trabalhar durante os estudos como fazem no estrangeiro, sentem-se constrangidos e não são capazes de estenderem a mão à ajuda que lhes passa à frente. A miséria escondida que há muita aonde nasci, não representa um sofrimento inferior ao que as pessoas podem ver nas ruas. Muitas vezes as pessoas que pedem até estão melhor mentalmente que os outros, pois aceitaram a situação. Sem aceitação, seja no que fôr, mesmo em doenças, não se consegue sobreviver. Em Montreal, as pessoas estão habituadas a terem que fazer face à vida desde muito novos pois trabalham durante as aulas, aproveitam tanto a distribuição alimentar assim como as cantinas aonde têm refeições completas e depois vão à procura do possível emprego, o que lhes permite de se manterem activos física e mentalmente. A distribuição de roupa também não falta. À noite se quizerem dormir, também têm abrigos para o fazerem, só que isso é que já nem todos aceitam pois muitas vezes o vizinho do lado, fatigado de deambular pela rua, ressona alto e bem forte.

O que me tem entrestecido muito, é a forma como a nossa língua é tratada em Portugal, berço da língua portuguesa, com a utilização excessiva do inglês. Não digo que as pessoas não estudem inglês pois é necessário técnica e comercialmente mas ver-se práticamente substituí-la por nomes ingleses a tudo o que há de novo, é desencorajante.
Tal leva a que já se chega ao ponto de mesmo escrito em português, mudar a ordem dos nomes como no inglês. Já não verei o que vai acontecer quando a língua chinesa de cantão fôr a mais falada. De todas as formas somos capazes de discutir sobre o último acordo da língua portuguesa, que é bem português e andamos a substituir a nossa língua pela inglesa. Enfim...

Por outro lado começo a ter uma certa confiança no nosso País, com o aparecimento de exportações no estrangeiro mesmo que o país ainda não esteja a produzir o suficiente para sair da crise de imediato, como também há pessoas em Portugal que começam a acreditar na recuperação económica e por isso começam a gastar. Começa-se a entrar numa nova fase económica em que as pessoas gastam porque mesmo sem notarem, começam a ter confiança nos meios económicos. Estas pessoas têm o condão de fazer andar o dinheiro pagando assim muitos mais impostos indirectos que bem são precisos na gestão de um país. Para estes últimos, que trabalham ou já trabalharam e que pagam os seus impostos, que se divirtam e muito pois nada têm a sentir na consciência com o que se está a passar, como sei de alguns casos. A situação não foi criada por eles, não são eles que têm o poder para a resolver e sofrem com o que vêm. Sentem-se impotentes, o que é arrasador.
Só as exportações permitirão a Portugal saír da situação existente.

Pelo que fui lendo, notei um aumento significativo da manutenção de rua que tão bem pode fazer à saúde de cada um, à saúde pública e aos cofres do estado. O interesse de algumas autoridades na utilização da bicicleta pela nossa sociedade que tanto interesse público tem, chamou-me a atenção. Hoje em dia já não é preciso defender o bem físico desse meio de manutenção, mas na prática é muito mais do que isso no dia em que as pessoas o comecem a utilizar como meio de transporte deixando o carro à porta de casa, como nos países nórdicos: menos carros, diminuição da utilização dos transportes públicos, menos importação de sobresselentes, combustíveis, diminuição dos gazes de efeito de estufa, menos manutenção das ruas, estradas e auto-estradas, menos entradas nos hospitais, menos pessoal de serviço nos mesmos se bem que vá sempre aumentando, menos importação de medicamentos, etc. É uma riqueza a que a nossa mentalidade vai sem dúvidas ter que se abrir. Derivado ao que vivi em Montreal, noto hoje que até os automobilistas que no passado eram contra a utilização comum das vias públicas, hoje muitos deles praticam o ciclismo pelo menos no tempo melhor. Pelo que fui lendo, notei uma abertura muito grande na área de Lisboa, a cidade das sete colinas.

Como excelente nota pois penso que não esteja dependente de empréstimos estrangeiros, começo a notar em Coimbra os primeiros passos para a criação mesmo em plena baixa, de jardins de terceira idade de inciativa de certos cidadãos. É certo que Coimbra não tem grandes espaços livres mesmo no centro da cidade, nem muitos telhados planos pois a arquitectura deste tipo é práticamente inexistente, mas pelo menos seria animador ver as pessoas criarem jardins no cimo das suas garagens além de certos edifícios. Estou certo que com o tempo lá irão pois o principal, é haver alguém que comece. Têm grandes vantagens estes tipos de jardins como a ocupação das horas livres das pessoas de todas as idades, fazê-las mexer e movimentar o corpo, apanharem orgulhosamente alguns legumes plantados pelos próprios e que além de serem uma pequena ajuda, têm o condão de ter outro sabor e de poderem criar lindas flôres para suas casas e jardins.
É tudo uma questão de querer.

Passámos um ano aonde Portugal começou novamente a ser falado no plano internacional por boas razões.
Depois da partida do Prémio Nobel José Saramago, ficámos orfãos de uma projecção de valor internacional.
Notei uma alteração em relação aos anos após Saramago, pois José Manuel Barroso não só começou a ser falado como visto nos diferentes médias, muito especialmente nas TVs.
É no entanto Cristiano Ronaldo, o célebre CR7 do futebol ao serviço do Real Madrid, que é sem dúvidas o português mais falado. Estas duas últimas personalidades a que me referi, são um belíssimo sinal.

domingo, 29 de dezembro de 2013

O Lac Megantic

assim como Chris Hadfield e Dany Laferrère, também me chamaram fortemente a atenção.

Lac Mégantic, outrora povoação índia chamada "Namesokanjik" que queria lizer: "local aonde se guardam os peixes".

Sendo a mais antiga população conhecida no Quebec desde a altura dos Amerindians (índios) veio a ser repovoada por colonos, sendo hoje a sua principal língua o francês. Esta vila situada ao lado do lago com o mesmo nome tem cerca de cinco mil e novecentos habitantes que ocupam mais de duas mil e novecentas habitações.
Com um turismos bastante desenvolvido, dedica-se à arte de tabalhar o granito e à produçao de produtos da floresta, o que leva a ter uma linha de comboio que esteve na origem da tragédia que no passado dia seis de julho levou à destruição da baixa desta vila, derivado à explosão de vários vagãos-cisternas.
O acontecimento que se pôde seguir pela televisão fez-nos logo pensar numa catástrofe muito grande mas jamais tínhamos ideia da sua extensão. Com menos mortes e desaparecidos que o número de mortes no acidente de comboio que aconteceu esta ano em Espanha, veio a ser um desastre psicológico colectivo de uma intensidade e morosidade inesperada. O encontrar dos corpos foi difícil, fora os desparecidos. Depois veio a identificação das partes encontradas por antropólogos locais e sumidades vindas do estrangeiro, assim como pela ADN. O tempo que demorou a encontrar os corpos e a identificá-los, levou mais de um mês e tal fazia-se muitas vezes um por um que se iam anunciando durante toda a semana. Depois vinham as cerimónias fúnebres com o respectivo repicar dos sinos que se faziam ouvir em toda a vila e assim estarem sempre presentes um número de pessoas fora do comum. Toda a vila viveu os momentos passados várias vezes por semana, durante mais de um mês.
Logo de princípio a cãmara com a ajuda da Cruz Vermelha tiveram a preocupação de alojarem, alimentar, vestir e acompanhar as pessoas desalojadas.
Excelente trabalho o da Cruz Vermelha que gere os milhões de dólares que lhes foi oferecido pela população para fazerem fasse a esta catástrofe e que o tem aplicado de forma impecável, incluindo as crianças orfãs e os sem meios a quem têm dado os bem essenciais, incluindo o material necessário para irem à escola. Desde o princípio que os bombeiros, polícias e pessoal de descontaminação fizeram um trabalho colossal e de que ainda hoje sofrem os momentos passados. Era notório como as pessoas iam fazer o seu quarto de duas horas de trabalho a conversarem uns com os outros e chegados ao local de trabalho com uma temperatura superior a cinquenta graus centígrados, ao verem tudo dessiminado e escuro, mesmo os que já lá tinham estado nos turnos anteriores, paravam de conversar e cada um se dedicava ao que tinha a fazer. Como dizia um: tudo queimado, tudo escuro, era tudo tão triste que sem notar nos calávamos.
Reagiram as municipalidades próximas do lago nos primeiros dias, criando novas condutas de água para a transportarem de outros lagos que ficavam mais longe. Água não podia faltar. Além disto, muitas municipalidades puseram à disposição homens dos seus corpos de polícia e bombeiros que se oferecessem voluntários.
Após a descontaminação do sector habitacional, as pessoas que impacientemente queriam voltar a viverem nas suas casas, foram autorizadas a entrarem em casa devidamente acompanhadas e ainda bem, pois o cheiro a petróleo, a desolação que se via pelas janelas, fez com que houvesse pessoas não aguentassem aí viver.
As pessoas mostravam um espírito de iniciativa fora de vulgar e os comerciantes que tudo tinham perdido, começaram a abrir tendas comerciais em parques de automóveis para que a vila não parasse. De notar o esforço do proprietário que tinha um bar muito conhecido mesmo ao pé da linha de caminhos de ferro, que teve vários mortos e desparecidos. Com um palco num espaço livre, foi animando os habitantes. A solidariedade vinha ao de cimo e quem tinha perdido empregados, dava o lugar a outros que tinham perdido o seu lugar de trabalho.
Entretanto ia-se dando conta da real contaminação dos terrenos e lago. Foi preciso descontaminar a água pois o período dos turistas aproximava-se e também os barcos que na altura estavam nas diferentes marinas, estavam contaminados. Chegaram à conclusão que a descontaminação terá que ser muito mais profunda pois terão que escavar a terra até metro e meio de profundidade, se bem que em alguns locais terão que ir até três metros.
Entretanto o comboio foi substituído pela camionagem pois não só era necessário continuar a abastecer a cidade como era necessário dar saída aos produtos produzidos pelas diferentes fábricas.
As linhas foram arranjadas de novo, as normas de segurança para o transito dos comboios foram alteradas e já na semana passada passou o primeiro comboio a título experimental.
O próximo ano de dois mil e quatorze vai ser o ano da descontaminação. Tudo leva a crer que a zona afectada dê lugar a um grande parque verde, estabelecendo-se as companhias qua aí exitiam noutro local da cidade.
No meio destas fatalidades aparecem estórias fora do comum como as de um advogado e de uma notário que estavam para ir para a reforma. Por respeito vão continuar a procurar todos os dossiers dos seus clientes que desapareceram, para que depois possam gozar livremente os seus últimos anos de vida.
A presidente da cãmara que mostrou uma capacidade de liderança extraordinária mesmo com os seus setenta anos, viu o seu mandato que estava a acabar prolongado por dois anos pelo governo provincial e tem recebido honrarias assim como já foi condecorada. Acaba de ser considerada a personalidade do ano.
Com cento e vinte milhões de dólares gastos em poucos meses e já outro tanto postos à disposição pelos governos federal e provincial em iguais fatias, o próximo ano será o da descontaminação.
Que em dois mil e quinze se faça a reconstrução e tudo volte ao normal.

Além do Lac-Mégantic também houve por estas terras bons momentos.

Não me esqueço de durante dias ir vendo um homem no espaço, Comandande da estação espacial Chris Hadfiel, cinco missões espaciais, campeão do rock e twitter a um ritmo louco. Tocava guitarra e cantava mesmo com todas as suas responsabilidades e tarefas, para que os jovens deste mundo pudessem ver que uma pessoa pode gostar de distracções, levar uma vida alegre, acompanhar as tecnologias e chegar a comandante de uma estação espacial. Num mundo difícil que hoje se atravessa, o Centro Espacial do Canada e este comandante, deram de comum acordo esperança à juventude dos nossos dias.

Como nota aqui deixo um link: "músicas e canções de Chris Hadfiel no espaço". "músicas e canções de Chris Hadfiel no espaço".


Quase ao fim do ano o Quebec teve a honra de ver o seu menino bonito de origem Haitiana, Dany Laferrière, pessoa de uma cultura geral fora de vulgar e que foi operário, escrevia numa máquina portátil nos bancos dos jardins, ser eleito para a Academia Francesa à vida e assim ser um dos poucos "Imortais" vivos na língua de Moulière. O Quebec não tinha melhor forma de acabar o ano.

sábado, 28 de dezembro de 2013

Nevão

E suas belezas

Catástrofe nas Filipinas

A nível internacional, foi a catástrofe originada pelo tufão Haiyan nas Filipinas que me tocou mais neste ano que está a terminar. Estando as Filipinas numa zona de tempestades de toda a ordem como tufões, erupções vulcânicas, terramotos e todo o tipo de meteorologia, se bem que se encontrasse em pleno desenvolvimento económico depois de uns anos de vacas magras, tem uma larga faixa da população muitíssimo pobre. A sua maior parte são pessoas aonde os homens passam o dia a sonhar de obterem um emprego como tripulante num barco de carga, o mais usual para trabalhores não qualificados. Fazendo parte dos seus contratos a entrega mensal de uma parte do salário à família para a manutenção da casa,  nem sempre chegam aos fins do mês e recebem o devido. Atrasam-lhes os pagamentos dos ordenados para terem a certeza que não abandonam os barcos num porto próximo, pois ficam sem dinheiro para voltar para casa e assim são explorados como autênticos escravos, isto além de as famílias também sofrerem as mesmas consequências. Sem dinheiro podem ser mantidos a bordo tempos indeterminados. Derivado à pobreza a que estão sujeitos têm uma diáspora elevada distribuída pelo mundo mas de pouco influência política, económica e cultural. Serão no entanto os seus filhos que virão a criar as futuras diásporas desse país no estrangeiro e assim poderão elevar a sua capacidade em todos os campos. Não se pode considerar uma catástrofe como as dos dois últimos tsunamis que sofreu este planeta, assim como também não tem comparação em nenhum campo com o terramoto no Haiti aonde o próprio governo ficou destruído derivado às mortes que teve, sem possibilidades de socorrer os seus cidadãos. Tinha de facto o Haiti uma diáspora obrigada a emigrar no tempo da ditadura descontrolada do regime Duvalier e que tem uma força internacional fora do vulgar, tanto a nível de outros países como da própria ONU e que levaram a que a catástrofe que sofreram com o terramoto, fôsse espalhada repetidamente no nosso planeta.
Sendo a grande maioria dos filipinos pobres por naturezae e agora afectados a vários níveis, incluindo as frágeis mini habitações totalmente destruídas assim como em muitos casos os próprios meios de trabalho, uma grande parte da população das filipinas vai ter que se sacrificar de forma desumana ainda por longos anos.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

sábado, 21 de dezembro de 2013

Montreal

Vista do Chemin Côte-des-Neiges
Trata-se de uma vista de Montreal tirada do "Caminho da Encosta-das-Neves" no sentido sul/norte e localizado a oeste da cidade, outrora muito utilizado pelos índios. Mais tarde foi esta zona elevada à categoria de Vila e cujo o município ainda hoje existe, fazendo parte da Comunidade Urbana de Montreal. São visíveis alguns dos arranha-céus, se bem que não possam ultrapassar os duzentos metros de altura para não tirar as vistas do cimo da Montanha. Há um arranha-céus com duzentos e nove metros derivado a estar situado num nível mais baixo.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Fomos ao supermercado

Demos lá uma volta pelas prateleiras mas não havia nada do que procurávamos. À chegada ofereceram-nos um chocolate quente, assim como uma fatia de pão com queijo francês que por sinal era excelente e a tudo isto juntou-se mais adiante no corredor das hortaliças mas já junto à doçaria, a fatia de bolo de chocolate que se pode ver no prato e quase do seu tamanho.

Foto: Lucinda/Telemóvel

À saída ainda nos ofereceram outro chocolate quente para enfrentar-mos a tempestade até ao carro. Francamente, não nos podemos queixar.
Elogiámos as provas e saímos regalados.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

A roda da vida

A neve chegou e com ela o aumento do trabalho do dia a dia mas também a alegria de se ver uma paisagem diferente, assim como a chegada de muitos desportos e lazeres de inverno.
Quando me levantei no domingo demanhã vi logo que tinha que tirar neve debaixo de uma tempestade polar, pois a temperatura éolica era de menos vinte e nove graus centígrados. Bem agasalhado, ao contrário do que se possa pensar foi um tempo bem passado. O estar-se a tirar a neve dos carros leva as pessoas nestas alturas a conviverem muito mais umas com as outras, são muito mais abertas e passam-se uns bons momentos.

A volta de reconhecimento dos trezentos e sessenta graus.




Acabei à luz do candeeiro mas o trabalho parece perfeito. Para que o motor aqueça mais depressa, não se tira a neve nas entradas de ar. Com o aquecimento vai-se derretendo. O murinho, é para evitar que alguém estacione ao lado e depois não se possa saír.

E já há quem há muito tempo festeje o Natal.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Dany Laferrière

 O Imortal



Foto retirada da wikipedia.

Dany Laferrière é um escritor Candiano/Haitiano que tem passado grande parte da sua vida no Quebec e por isso muito amado e respeitado por estes lados.
Enquanto operário resolveu parar e começar a escrever numa máquina de escrever portátil que trazia a tiracolo, sentado no banco dos jardins. Assim teve vários encontros pois as pessoas ao passarem interessavam-se pela sua esponteinidade, e daí nasceu o livro " Como fazer amor com um negro sem se cansar". Pessoa com uma vontade extraordinária de se fazer conhecer, passava nas livrarias e vendo o seu livro no meio dos outros, falava com os responsáveis e perguntava-lhes se era possível pô-lo à frente na montra. Foi com esta visibilidade que nasceu o filme de igual nome e que foi base do seu arranque.

Entre os diversos prémios com que foi galardoado, há a considerar em dois mil e nove o "Prémio Médicis" respeitante à obra "L’Énigme du retour" que nos fala de um homem que regressa à sua terra para enterrar o pai, só que já não reconhece o país da sua infância.

Tendo trabalhado no passado para várias estações de televisão, ainda há bem pouco tempo esteve presente no programa de Guy A. Lepage "Tout le monde en parle", aonde mostrou ser uma pessoa com uma cultura geral fora do comum, a tal ponto que um ministro presente expressou públicamente a sua admiração.

Casado com Magie que conheceu no Haiti e de quem tem três filhas, a mais velha nascida nos Estados Unidos aonde Magie morava e as outras duas nascidas em Montreal.

Dany Laferrière acaba de ser eleito na passada Quinta-feira membro da Academia Francesa em detrimento de oito outros nomeados. É assim o primeiro canadiano/haitiano a receber o título de "Imortal" que estará escrito debaixo do seu nome na parede daquela academia.

Já na altura do tremor de terra no Haiti, tinha falado do elevado nível cultural e económico da diáspora haitiana que desta vez vem de ser premiada com o lugar mais alto que se pode dar a uma pessoa dentro da sua língua.

Sem dúvidas que raríssimamente um imigrante chega a um nível destes mas outros de alto valor como tem acontecido neste país, vão chegando a vários lugares que bem contribuem para o país que os acolheu.

Lista de prémios atribuídos a Dany Laferrières descritos na wikipédia, edição francesa.


1991- Prix Carbet de la Caraïbe pour L'Odeur du café
1993 - Prix Edgar-Lespérance pour Le Goût des jeunes filles
2002 - Prix RFO du livre pour Cette grenade dans la main du jeune nègre est-elle une arme ou un fruit ?
2006 - Prix du Gouverneur général catégorie Littérature jeunesse de langue française - texte, pour son album jeunesse Je suis fou de Vava.
2009 - Prix Médicis pour L'Énigme du retour
2009 - Grand prix du livre de Montréal pour L’Énigme du retour
2010 - Personnalité de l'année 2009 La Presse/Radio-Canada
2010 - Grand prix littéraire international Metropolis bleu
2010 - Doctorat honorifique de l'Université du Québec à Rimouski
2013 - Élection au premier tour de scrutin à l'Académie française

A sua vida e obras podem ser consultadas nas diversas traduções da Wikipédia.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Democracia

Teve lugar na passada segunda-feira em Outremont eleições legislativas parciais, assim como em mais dois distritos.
Nas últimas eleições legislativas, o Partido Liberal do Quebec que estava no poder perdeu as eleições, o que originou a demissão do antigo primeiro ministro de presidente do partido se bem que tenha ganho a sua circunscrição, deixando o seu lugar vazio.
O PLQ elegeu o seu novo presidente na sua assembleia geral deste ano e assim na passada segunda-feira tiveram lugar as eleições legislativas parciais para deputados de três circusncrições, entre as quais a de Outremont a que concorreu o novo presidente do PLQ, Philippe Couillard.
Se até aqui está tudo dentro do normal, acontece que os valores Democráticos deste povo levou os principais partidos a não apresentarem nenhum candidato na circusncrição de Outremont, para que o novo chefe do PLQ possa assim fazer a sua entrada na Assembleia Nacional do Quebec.
Assim, Philippe Couillard viu-se eleito com 55,11% o que deixa uma certa admiração pois as pessoas que não tinham nenhum partido forte aonde votar, tomaram a decisão de apoiar com 32,23% Édith Laperle, candidata do "Québec solidário" de ideias nítidamente comunistas.  "Quebec solidário" jamais teve uma votação tão forte desde a sua existência.
Não é só de notar a não apresentação pelos principais partidos dos seus candidatos mas também a decisão popular de votarem num partido comunista e a que bem se pode adaptar o célebre provérvio:"Os partidos põem e os votantes dispõem". Como em todos os lados há por aqui os seus problemas mas de facto têm atitudes fundamentais que é bom divulgar, pois se bem que haja luta constante entre partidos, estão muito longe de criarem as profundas clivagens que se vêm noutros países.

Para mais informações podem consultar as páginas web dos jornais abaixo, clicando nos respectivos links.

Sun News - A parte respeitante à abstenção dos principais partidos encontra-se no terceito parágrafo.

Le Droit – 13.12.10
A parte respeitante à abstenção dos principais partidos encontra-se no segundo parágrafo.

Falando da cidade de Outremont.

Sendo Outremont uma pequena cidade mas das mais ricas do Quebec, tudo nos leva a pensar na forma de vida que essas pessoas podem levar. Porém, na noite das eleições, a reunião do conselho municipal desta cidade foi surpreendida por uma manifiestação de ciclistas que com as suas bicicletas e uma pá cada, simulavam andar a reparar as pistas para ciclistas que consideram abandonadas pela cãmara. Viver-se bem, andar em noites de temperaturas fortemente negativas de bicicleta e com pá para poderam praticar essa manutenção nos dias da semana, demonstra bem a forma de ser destas gentes.
É verdade que o ciclismo aqui ainda não é como Amesterdão aonde se vê passar gente muito bem vestida a ir para o trabalho em bicicleta e ainda menos do que Copenhague, aonde o número de bicicletas ultrapassa o número dos seus habitantes. No entanto Montreal está no caminho pois mesmo havendo menos ciclistas de inverno, há uns milhares diáriamente em toda a cidade.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Jardim de vidro e metal

Esta Mosaïculture que nos apresenta um trabalho de horticultura inabitual, inclui um muro de garrafas recuperadas, estruturas de aços enferrujados e cromados, não faltando água. Os seus canteiros são compostos de vegetais, flores e folhas com as côres a condizerem com os diferentes estados do aço.
Foram incluídas aves e insectos distribuídos de uma forma excepcional.

Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel
Foto: Joana/Telemóvel