terça-feira, 31 de maio de 2016

Voltinhas na cidade

Sábado passado fui dar uma volta.

Fi-lo nos tranportes públicos porque estando habituado à bicicleta que podia deixar por todo lado, preferi deixar o carro em casa uma vez que é difícil de apanhar um estacionamento no centro de Montreal e também não é nada prático.

Mesmo com o tempo encoberto fui ver se alguém estava a tocar piano, pelo que aproveitei para fotografar este vistoso moral na passagem.
Chegado ao local fui surpreendido com a cor do piano. Nem por isso deixei de ouvir a música tocada por um jovem com bastante talento que já ouvi várias vezes e que hoje estava acompanhado de uma chinesinha que não lhe ficava atrás.
Só que ser-se fotografo amador tem os seus riscos, pois este a olhar para os artistas vinha direito a mim.
Aproveitei não estar longe e fui até à Gare Central descansar um pouco mas no caminho passei pela dançarina. Sendo um excelente tabalho de Zoya Niedermann, esta vaidosa não se cansa de maravilhar quem passa.
E assim já cansado fui até à paragem do autocarro pensando que ia jantar com vontade. Só que comecei a ouvir uns violinos  à distancia que até me revigoraram as forças.
Finalmente apanhei o autocarro e comecei a visualisar o jantar. Era cá um cheirinho...

domingo, 29 de maio de 2016

Fazes da vida

Ou o inesperado acontece!

No passado mês de Abril fui-me despedir da minha jóia ao aeroporto de Montreal, pois tirou um mês de férias para visitar a família e amigos.
Aproveitei a boleia da minha filha e resolvemos ir com antecedência para passarmos um bocado juntos, antes da despedida.
Estando habituado a andar de bicicleta, os médicos acharam por bem mudar a posição das rodas. Como as bengalas eram excelentes para empurrar a cadeira de rodas sem ajuda de terceiros, aproveitei-as logo e assim descobri o novo estilo de desporto de esqui com este tipo de cadeira. Foi benéfico. O sangue girava e fui fortalecendo os músculos dos braços.

À chegada ao aeroporto tiraram-me esta foto para a posteridade.
Depois das bagagens embarcadas, fomos até ao café dar dois dedos de conversa.
Partiu e andou por Portugal com a família e amigos, distraindo-se por todo o lado até ao dia anterior da volta. Aproveitei para lhe perguntar se quando chegasse queria dançar o fandango comigo mas muito desconfiada da brincadeira, disse-me que não.

À chegada vinha apreçada para voltar a casa e talvez por isso tenha dado o negas a um novo convite para dançar. Enfim... tive que me contentar.

No dia seguinte já mais descansada e estando a filha a trabalhar, fomos até ao parque mais próximo passar uns momentos agradáveis.
Antes de partir estava disposta a jogar ping pong comigo, só que tínhamos esquecido as raquetes e as bolas. Nada de dramático. Enquanto o pau vai e vem, folgam as costas.
Depois de um esforço tão grande, nada melhor que uns golos de água para evitar a desidratação.
E assim aqui fica uma estória respeitante às fazes da vida. Ora vejam lá que já ninguém dava nada por ele naquela cadeira de rodas e agora anda-se a pavonear por todo o lado...

Moral da estória: nunca devemos desanimar mas o que não tem remédio, remediado está.

Viva a alegria e boa disposição.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Murais

Os murais em Montreal são muitas vezes utilizados para fins didáticos, além de embelezarem a paisagem.
Há murais que convidam simplesmente as pessoas à manutenção física.

Outros servem para embelezar os taipais de obras como etes da Universidade Mcgill, convidando os estudantes ao êxito das suas obrigações e à prática da manutenção física.
Segundo os especialistas, a manutenção física evita o desenvolvimento de imensas inflamações que degenerando podem dar problemas mais graves. Pesquisas levadas a efeito neste continente e Europa pelo Instituto Nacional do Cancro dos Estados Unidos em um milhão e quatrocentas mil pessoas, entre mil novecentos e oitenta e sete e dois mil e quatro, vieram confirmar que uma actividade intensa diminui o risco de desenvolver treze tipos de cancro.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Ir sózinho...

Penso que é melhor acompanhado.

Como isto de andar de hospital em hospital é um pouco monótono, dêm lá um geitinho. Venham dar uma voltinha comigo que até ajuda a distraír.
Vááá... vamos começar pelo tratamento de quimioterapia que até é aliciante. Olhar pela janela ao lado até revigora as forças.
Sabem as aves ligeiras
O canto seu variar
Fazem gorjeios às vezes
Às vezes põem-se a chilrar.
Não nos atrazemos com a passarada, pois ainda há uns exames para fazer noutro hospital.
Depois de passada a entrada deste hospital, vamos aproveitar esta máquina para evitarmos de estarmos em longas bichas.
Passamos o cartão de saúde pelo quadradinho, pois este benévolo até nos ajuda a fazer tudo.
Inscrição feita, vamos para a sala de espera.
Para os que me acompanham, como vêm não custa nada. Acentados num sofá em amena cavaqueira, o tempo passou rápidamente até ser chamado com muito amor e carinho.
Isto de passar o tempo a ver os outros trabalhar, não está certo. O doente também tem que colaborar. Se não se deitar, não há exame. É por isso que ele é a atracção principal.
Também precisa de se distrair um pouco, só que já apresentei uma reclamação pois nunca vi um pássaro nestas árvores.
Que belo quadro.
Está tudo a correr bem. Passemos a outra sala para o último exame de hoje.
Já que esta gente tanto insiste, aproveitei para descontraír os olhos com a paisagem.
Lindo.

Uma vista deste corredor que mais parece uma galeria de arte ou um museu.
Mergulhemos no universo de Rita Cohen. Os seus trabalhos em acrílico sobre tela fazem-nos parar no corredor.



Este conjunto é da autoria de Fernand Toupin de mil novecentos e setenta e sete, que defendia o retorno a uma pintura mais reservada e racional, muito de acordo com o movimento Autonomista da época.

Em baixo vemos fotos de dois quadros de um artista muito conhecido.

Pablo Picasso.
Numa certa altura Picasso mudou-se para França, longe de Paris e dedicou-se à linogravura. Este estilo permite ao artista de criar rápidamente uma linha que capta imediatamente o gesto do artista. Os quadros representam personagens muito animadas aonde bebem e dançam nas celebrações romanas e gregas em homenagem ao deus Baco.


Dados obtidos no local.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Bringelas

Antes de ir ao forno.
Depois de cozinhado.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Passeando em Montreal

Montreal é uma cidade que nos vai alterando sempre a paisagem, pois a câmara procura nos surpreender através das mais variadas obras de arte públicas.
Neste caso podemos ver uma exposição de fotografia, que nos dá práticamente uma amostra das fachadas dos edifícios das redondezas desta praça.
E porque não trocarmos um livrinho. É bom para nós e para os outros. Viva a permuta.
Ver um pote destes junto à entrada de uma porta privada, até faz bem à vista.
Subindo calmamente o Boulevard de Maisonneuve, podemos apreciar à nossa direita esta magnífica obra de Daniel-Vincent Bernard feita em betão, aço e cabo coaxial.
Votos que o passeio tenha sido agradável.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Vamos dar uma volta no canal de Lachine

Em bicicleta.

Montreal possui uma pista panorâmica para ciclistas ao longo do canal de Lachine e que continua nas margens do rio Saint-Laurent. Esta pista tem sido vários anos considerada a mais bela do mundo e acompanha estes cursos de água durante várias dezenas kilómetros. Os seus espaços largos ao longo das margens permite a prática de vários desportos ao ar libre, podendo ao mesmo tempo ir admirando a paisagem com as suas obras de arte na grande maioria muito simples, para não alterar o ambiente que aí se desfruta.
É no Velho Porto ou junto ao centenário edifício do mercado Atwater que o turista pode alugar bicicletas nos comércios ao lado da pista, ou os menos hábeis fazerem reparar as suas bicicletas antes da partida.

Numa convivência natural lado a lado, a pista para ciclistas em asfalto e em terra o piso para pedrestes, muito mais macio.
Ciclistas e pedrestes convivem, podendo admirar a paisagem com as suas inúmeras pontes.
Neste caso podemos ver um casal na "Idade de Oiro" a fazer a sua manutenção.

Mais adiante uma estrutura para diversos fins e que serve como ponto de apoio aos ciclistas.
Em família ou em grupo, também se passa o tempo.
Sendo um local privilegiado, pode-se ir admirando desportos na água.
Há os que o fazem por simples manutenção ou passa-tempo.
Mas também há os que se treinam no seu desporto favorito.
Outro ponto de apoio ao longo do percurso, aberto a quem passa.
De pequenino é que se começa.
Uma obra muito simples mas que altera a paisagem.
Ciclistas em pleno treino. Estes de alta velocidade vão sempre na sua mão e em fila indiana.
Também se pode ir admirando os barcos recreativos que vão passando.
Uma vista do canal com mais uma das muitas pontes que o atravessam e que embelezam a panorâmica.
Não faltam locais com mesas e bancos para comer. Para maior conforto dos veraneantes, existem por cima os célebres ultravioletas no meio das lampas para matar os mosquitos.
Depois das forças recuperadas, mais umas pedaladas.
Entretanto em Lachine, passa-se junto à maior obra de arte do percurso.
Aí podemos admirar esta "face multi-facetada".
Mais adiante passamos pelos maravilhosos ninhos de andorinhas pretas, numa demonstração do valor que é dado à defesa das espécies animais.
Por toda a cidade de Montreal o verde é rei mas há paisagens situadas no seu interior que nos deixam maravilhados.
Já agora aproveitamos para repôr as forças nesta bela cabaninha, alegrar o estômago e para os lados de Pointe Claire iniciar a volta para casa quando já estão feitos uns trinta kilómetros.
Obrigado pela vossa agradável companhia.


Curiosidades
No Quebec, cinquenta e dois por cento da população pratica ciclismo.
O esforço de criação de pistas dentro e fora das cidades que são utilizadas por ciclistas, patinadores e pranchistas em todo o Quebec têm a finalidade de tirar o máximo de automobilistas das ruas e estradas. Tal funciona plenamente porque os ciclistas no centro das cidades podem deixar as bicicletas presas aos diversos descansos camarários gratuitos que há por todas as cidades, assim como deixá-las presas aos postes públicos ou grades de edifícios. Com a falta de lugares para estacionar os carros, os ciclistas que vão ao centro de uma cidade só levam o carro se forem com a família, pois não é prático. No caso preciso de Montreal, um ciclista que viva a dez kilómetros do centro da cidade, tem todas as probabilidades de aí chegar mais depressa que indo de automóvel ou utilizando um meio de transporte público por causa do tráfego.
É muito apreciado o uso dos patins, pranchas, marcha e corrida a pé. É fácil ver passar nas pistas pais a correrem levando à frente um carrinho com três rodas que transporta o bébé.
Toda esta planificação tem o fim de retirar pessoas aos transportes públicos, dando lugar a outros.
A diminuição de carros nas ruas e menor utilização dos transportes públicos, leva a uma diminuição de compra de viaturas das mais diversas das quais muitas são importadas, despesas com reparações, diminuição na importação de peças para viaturas e a uma enorme diferença na importação de gasolina.
Sendo a manutenção física um meio de saúde, leva a uma maior efectividade no trabalho. Diminui o número de entradas nos hospitais com a respectiva ocupação de espaços e pessoal hospitalar, redução de gastos com medicamentes incluindo uma baixa significativa da sua importação.
Também se faz sentir na manutenção das ruas e estradas, porque seis mil e novecentas bicicletas provocam um desgaste no pavimento equivalente a um carro.

Vale a pena um país fazer tal esforço.