E uma polícia cerebral.
Na noite de vinte e quatro para vinte e cinco do mês passado, pelas duas da manhã, um certo número de polícias apresentaram-se na Square Victoria sem intervirem.
Os indignados alertados para a grande invasão, passaram a noite a cantar e a pular, pois o frio fazia-se sentir.
Pelas nove horas, apresentaram-se no local um número elevado de polícias com um autocarro de passageiros e com uns folhetos em que intimavam os ocupantes a saírem até ao meio-dia, podendo levar tudo o que lhes pertencia.
Só quatorze resolveram ficar dentro da tenda-refeitório, a cantarem e prezos uns aos outros. Ao meio dia uns tantos polícias foram até à tenda e lá foram tirando um por um numa alegria total e respeito por quem estava a trabalhar, algemando-os. Só um vestido de Batman cometeu uma afronta à autoridade ao abraçar um polícia, passar-lhe um braço pelo pescoço, o que foi logo considerado uma agressão a um agente da polícia em serviço e por isso também algemado.
No fim de todos estarem presos, meteram-nos no autocarro. Só que em frente de uma estação de metro devem-se ter lembrado que se esqueceram de lhes ler os seus direitos e mandaram todos em paz. Era só entrar na estação e irem para casa.
Entrevistados, os indignados declararam que iam continuar a luta criando uma sede em Montreal com ramificações em diferentes bairros.
Posteriormente, o Presidente da Cãmara declarou aos médias que quando as pessoas se portam com dignidade tudo pode acabar em bem, como foi o caso.
E assim a Square Victoria foi restituída aos habitantes desta cidade.