Na ida a Fátima já mencionada no primeiro capítulo, estava previsto passarmos por Pombal. As minhas amigas tinham reservado quartos numa pensão a tempo e horas, portanto não iria haver nenhum problema. Para lá chegarmos, a partir de um dado momento fomos por montes e vales, a corta mato, para encurtar o caminho que parecia longo. Aí, começaram os primeiros contra-tempos pois já havia algumas horas de marcha, sol forte, subidas e descidas constantes com as pessoas mais velhas a começarem a acusar o cansaço. Assim os mais novos ajudavam as pessoas em dificuldade no que podiam e tudo ia correndo benzinho. Eu estava sempre pronto a dar uma mão de tal maneira que não paravam de me elogiar. Já antes de Pombal deixei as minhas companheiras para trás, levei mais um saco para as aligeirar e fui à procura da pensão aonde tínhamos os quartos reservados. Passei por uma Praça Pública mais pequena que a Praça da Républica em Coimbra mas com o mesmo tipo de pavimento da altura, aonde havia malta da minha idade a jogar à bola. Responsável que era, pensei em relação à bola como a raposa pensou em relação às uvas e lá fui de volta buscar as minhas companheiras.
Chegámos à pensão, lavámos as pernas e os pés em água com sal dentro de umas bacias que nos trouxeram e depois, se bem que ainda muito cedo, deitámo-nos pois era preciso ganhar forças para o dia seguinte. Deitadinho, muito socegadinho, o meu cérebro não me deixava adormecer pois estava sempre a ver as fintas com a bola, as passagens magistrais, o remate expontânio e o gooooool à Artur Agostinho. Era cá um sofrimento... Levantei-me todo sorrateiro, lá fui até à Praça Pública fazer uma jogatana e quando já de noite voltei à pensão ainda sem ter jantado, fui fuzilado com perguntas e gestos como se faz a um condenado por alta traição. Desta vez não só lavei as pernas e os pés, como os sapatos e tudo. Estava bonito mas o jantar que me tinham guardado soube-me a uma fina iguaria que jamais tinha provado.
Chegámos à pensão, lavámos as pernas e os pés em água com sal dentro de umas bacias que nos trouxeram e depois, se bem que ainda muito cedo, deitámo-nos pois era preciso ganhar forças para o dia seguinte. Deitadinho, muito socegadinho, o meu cérebro não me deixava adormecer pois estava sempre a ver as fintas com a bola, as passagens magistrais, o remate expontânio e o gooooool à Artur Agostinho. Era cá um sofrimento... Levantei-me todo sorrateiro, lá fui até à Praça Pública fazer uma jogatana e quando já de noite voltei à pensão ainda sem ter jantado, fui fuzilado com perguntas e gestos como se faz a um condenado por alta traição. Desta vez não só lavei as pernas e os pés, como os sapatos e tudo. Estava bonito mas o jantar que me tinham guardado soube-me a uma fina iguaria que jamais tinha provado.
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