Levantei-me, liguei o computador, fui fazer a minha higiéne matinal, voltei e liguei a televisão para ouvir as notícias da seis e trinta da manhã, sentei-me à frente do computador para ver se havia alguma notícia especial enquanto comia um yogurte.
Meteorologia Canadá informava-me que tinha uma temperatura de menos seis graus centígrados que com a eólica descia a menos oito, o que era excelente. O dia ia para menos cinco sem vento. Fantástico. Podia-se passear.
Ás seis e quarenta saí e chegado ao carro comecei a tirar a neve das junções da porta do condutor para poder entrar e pô-lo a aquecer. Enquanto aqueceu fui limpando a restante neve, deixando para o fim os vidros. Arranquei, marcha atrás, parei em frente da casa, apanhei a minha jóinha mais velha e fomos até ao seu serviço. Chegados aí, verificada que a porta estava bem fechada, a minha mulher entrou e eu fiquei à conversa com um vizinho. Entrei mais tarde e aproveitei para dar dois dedos de conversa. Voltei para casa depois de ter feito novamente a neve no carro e tomei o pequeno almoço com a minha filha pois não estava frio e ela tem o autocarro até ao metro, mesmo ao pé da casa.
Tomado o pequeno almoço, vesti-me de acordo com tempo e fui de bicicleta até à baixa. A cinco kilómetros da minha casa, parei frente de uma agência bancária ainda muito cedo, prendi a bicicleta a um gradeamento do banco, entrei para a antecãmara que fica aberta vinte e quatro horas por dia e aonde ficam os guichets electrónicos. Entretanto o pessoal bancário ia chegando, entravam para o interior por uma porta situada na divisória em vidro grosso por onde se podia ver todas as instalações e iniciei o meu movimento bancário. Admiração total: a carta desapareceu. Quando já estava a ficar verdadeiramente apreensivo, a máquina devolveu-me a carta que não saíu pois ficou dobrada. Dirigi-me a uns buraquinhos situados na divisória de vidro muito grosso à altura da nossa cabeça, bati levemente com a chave do carro para chamar a atenção e depois de me ouvirem disseram que iam resolver o problema. A máquina voltou a fazer a mesma operação e a carta ficou presa novamente. Voltei a falar com a empregada, tentaram fazer com que a máquina me devolvesse a carta mas sem resultado. Ficava sempre dobrada. Vieram-me informar com uma deferência a toda a prova que a mesma estava inutilizada mas que se eu aceitasse, me davam uma provisória até receber outra em casa. Com a carta provisória que demorou dois minutos a fazer, fiz o movimento e voltei à bicicleta. Tudo resolvido rápidamente e antes das horas de serviço. Como se diz: "easy country". Desprendi a bicicleta, sacudi a neve do selim e parti. A meio do caminho bebi uma boa quantidade de água bem fresquina da garrafa pois a transpiração estava a fazer os seus efeitos. A certa altura resolvi parar e entrar no centro comercial Atwater em que só os cafés já estavam abertos, fiquei mais quentinho e ligeiro com esta paragem técnica, pelo que parti novamente. Mais à frente parei na estação de metro da Universidade Concórdia para um apoio técnico pois tinha-me que aquecer um pouco como precaução, uma vez que ia fazer mais uns kilómetros sem parar. Parti com o ritual da limpeza rápida da neve do selim, passei a baixa que é sempre linda de se ver e fui tratar de um assunto pessoal, pois aproveito estes dias para tratar de um qualquer assunto mesmo que o pudesse resolver por outros meios e assim me tentar convencer que tenho que sair de bicicleta. Parei em frente do prédio desejado e deixei a bicicleta presa a um paquímetro dos automóveis. Chegado ao vigésimo segundo andar, para minha sorte pois não gosto das alturas dentro dos edifícios, tratei do assunto com uma donzela que me atendeu muito bem, dois dedos de conversa e parti. Montei novamente na bicicleta e mais à frente deixei-a presa a uma árvore em frente da biblioteca do Quebec. Escolhi uns livros, sentei-me num sofá durante duas horas a ler, fui entregar os livros que tinha levado e trouxe mais dois. Parti e segui até à frente da Gare Central dos caminhos de ferro tendo deixado o meu meio de transporte preso ao poste metálico de sinalização e fui dar uma volta no interior, aonde acabei por almoçar um prato de carne com legumes seguido de uma baunilha francesa que até aqueceu o coração. Novamente um pouco de conversa o que raramente calha por esses lados e segui até ao Canadian Tire ver de sobresselentes para a bicicleta. Fui atendido por um chinês próximo da minha idade vindo do Vietename que eu não conhecia e até me deu excelentes informações. Ping-pong e bicicleta é com eles. Quando lhe ia a virar as costas, agradeceu-me num português correctíssimo. Encantado, mais dois dedos de conversa e parti. Aproveitei para dar uma volta no centro comercial, regressei e fui fazer uns kilómetros para fins de manutenção antes de rumar definitivamente a casa. Aí começou o ritual da limpeza rápida da bicicleta plena de neve com lama misturada e sal das ruas. Este sal é para desfazer o gêlo que se forma e que põem nos cruzamentos, descidas ou subidas. É um gêlo muito perigoso, pois como é transparente continuamos a ver o alcatrão e não nos apercebemos da sua existência. Só quando as rodas começam a deslizar, é que num certo número de vezes se tem consiência da situação. Se bem que muitos ciclistas usem as bicicletas normais para cidade mesmo de inverno, o que já tem saído caro, o idieal é uma bicleta de montanha com os seus gomos profundos nas rodas, sem amortecedores por causa da reacção ao frio e com o menor número de mudanças possíveis por causa do sal e areias que se metem no meio da engrenagem. Basta ver as bicicletas dos polícias e pessoal das ambulâncias, para se seguir o exemplo. É na facilidade de se utilizar a bicicleta em plena cidade que os ciclistas dizem que Montreal é uma "cidade livre". Bicicleta limpa, um baninho e fui até ao computador enquanto ia bebendo um chocolate quente que me escorria tão bem..., bem ao contrário da laranja ou tangerina fresca que costumo comer no verão. Não haja dúvidas que foi uma parte do dia bem passada.
Meteorologia Canadá informava-me que tinha uma temperatura de menos seis graus centígrados que com a eólica descia a menos oito, o que era excelente. O dia ia para menos cinco sem vento. Fantástico. Podia-se passear.
Ás seis e quarenta saí e chegado ao carro comecei a tirar a neve das junções da porta do condutor para poder entrar e pô-lo a aquecer. Enquanto aqueceu fui limpando a restante neve, deixando para o fim os vidros. Arranquei, marcha atrás, parei em frente da casa, apanhei a minha jóinha mais velha e fomos até ao seu serviço. Chegados aí, verificada que a porta estava bem fechada, a minha mulher entrou e eu fiquei à conversa com um vizinho. Entrei mais tarde e aproveitei para dar dois dedos de conversa. Voltei para casa depois de ter feito novamente a neve no carro e tomei o pequeno almoço com a minha filha pois não estava frio e ela tem o autocarro até ao metro, mesmo ao pé da casa.
Tomado o pequeno almoço, vesti-me de acordo com tempo e fui de bicicleta até à baixa. A cinco kilómetros da minha casa, parei frente de uma agência bancária ainda muito cedo, prendi a bicicleta a um gradeamento do banco, entrei para a antecãmara que fica aberta vinte e quatro horas por dia e aonde ficam os guichets electrónicos. Entretanto o pessoal bancário ia chegando, entravam para o interior por uma porta situada na divisória em vidro grosso por onde se podia ver todas as instalações e iniciei o meu movimento bancário. Admiração total: a carta desapareceu. Quando já estava a ficar verdadeiramente apreensivo, a máquina devolveu-me a carta que não saíu pois ficou dobrada. Dirigi-me a uns buraquinhos situados na divisória de vidro muito grosso à altura da nossa cabeça, bati levemente com a chave do carro para chamar a atenção e depois de me ouvirem disseram que iam resolver o problema. A máquina voltou a fazer a mesma operação e a carta ficou presa novamente. Voltei a falar com a empregada, tentaram fazer com que a máquina me devolvesse a carta mas sem resultado. Ficava sempre dobrada. Vieram-me informar com uma deferência a toda a prova que a mesma estava inutilizada mas que se eu aceitasse, me davam uma provisória até receber outra em casa. Com a carta provisória que demorou dois minutos a fazer, fiz o movimento e voltei à bicicleta. Tudo resolvido rápidamente e antes das horas de serviço. Como se diz: "easy country". Desprendi a bicicleta, sacudi a neve do selim e parti. A meio do caminho bebi uma boa quantidade de água bem fresquina da garrafa pois a transpiração estava a fazer os seus efeitos. A certa altura resolvi parar e entrar no centro comercial Atwater em que só os cafés já estavam abertos, fiquei mais quentinho e ligeiro com esta paragem técnica, pelo que parti novamente. Mais à frente parei na estação de metro da Universidade Concórdia para um apoio técnico pois tinha-me que aquecer um pouco como precaução, uma vez que ia fazer mais uns kilómetros sem parar. Parti com o ritual da limpeza rápida da neve do selim, passei a baixa que é sempre linda de se ver e fui tratar de um assunto pessoal, pois aproveito estes dias para tratar de um qualquer assunto mesmo que o pudesse resolver por outros meios e assim me tentar convencer que tenho que sair de bicicleta. Parei em frente do prédio desejado e deixei a bicicleta presa a um paquímetro dos automóveis. Chegado ao vigésimo segundo andar, para minha sorte pois não gosto das alturas dentro dos edifícios, tratei do assunto com uma donzela que me atendeu muito bem, dois dedos de conversa e parti. Montei novamente na bicicleta e mais à frente deixei-a presa a uma árvore em frente da biblioteca do Quebec. Escolhi uns livros, sentei-me num sofá durante duas horas a ler, fui entregar os livros que tinha levado e trouxe mais dois. Parti e segui até à frente da Gare Central dos caminhos de ferro tendo deixado o meu meio de transporte preso ao poste metálico de sinalização e fui dar uma volta no interior, aonde acabei por almoçar um prato de carne com legumes seguido de uma baunilha francesa que até aqueceu o coração. Novamente um pouco de conversa o que raramente calha por esses lados e segui até ao Canadian Tire ver de sobresselentes para a bicicleta. Fui atendido por um chinês próximo da minha idade vindo do Vietename que eu não conhecia e até me deu excelentes informações. Ping-pong e bicicleta é com eles. Quando lhe ia a virar as costas, agradeceu-me num português correctíssimo. Encantado, mais dois dedos de conversa e parti. Aproveitei para dar uma volta no centro comercial, regressei e fui fazer uns kilómetros para fins de manutenção antes de rumar definitivamente a casa. Aí começou o ritual da limpeza rápida da bicicleta plena de neve com lama misturada e sal das ruas. Este sal é para desfazer o gêlo que se forma e que põem nos cruzamentos, descidas ou subidas. É um gêlo muito perigoso, pois como é transparente continuamos a ver o alcatrão e não nos apercebemos da sua existência. Só quando as rodas começam a deslizar, é que num certo número de vezes se tem consiência da situação. Se bem que muitos ciclistas usem as bicicletas normais para cidade mesmo de inverno, o que já tem saído caro, o idieal é uma bicleta de montanha com os seus gomos profundos nas rodas, sem amortecedores por causa da reacção ao frio e com o menor número de mudanças possíveis por causa do sal e areias que se metem no meio da engrenagem. Basta ver as bicicletas dos polícias e pessoal das ambulâncias, para se seguir o exemplo. É na facilidade de se utilizar a bicicleta em plena cidade que os ciclistas dizem que Montreal é uma "cidade livre". Bicicleta limpa, um baninho e fui até ao computador enquanto ia bebendo um chocolate quente que me escorria tão bem..., bem ao contrário da laranja ou tangerina fresca que costumo comer no verão. Não haja dúvidas que foi uma parte do dia bem passada.
Sem comentários:
Enviar um comentário