segunda-feira, 3 de maio de 2010

Grafitismo em Montreal

O grafitismo inicialmente usado no último século como protesto de toda a ordem, foi sempre considerado na nossa época como o parente pobre do desenho e da pintura. É a exposição contínua, anárquica e ilegal, o aparecimento dos marcadores e do spray, as formas expressivas e plenas de contrastes de côres, que leva as autoridades a um beco sem saída e assim*, começaram a criar meios para que estes neo-artistas, pois assim não eram considerados, se expressem livremente. Começaram por querer restringí-los a muros devidamente designados para tal fim, o que lhes deu uma maior expansão visual nos meios urbanos que levaram a uma aceitação pelo público, quando tal se apresentava dentro do campo da arte. Foram as cidades brasileiras que mais cedo se aperceberam deste fenómeno e começaram a dar-lhes libre actuação com os diversos convites para pintarem muros e paredes. Seguidas posteriormente por várias cidades deste planeta, viu o grafitismo em Montreal consagrar-se como arte libremente aceite ao longo desta década, dispersa um pouco por toda a cidade. Podemos hoje dizer que o grafitismo se impôs para o desenho e pintura existente, como os pranchistas na neve se imposeram aos esquiadores, deixando de ser os seus parentes pobres. Das simples assinaturas que criavam a insegurança às pessoas que nesses locais transitavam de noite, desenvolveram-se dentro dos mais variados campos, tais como os murais dos mais diferentes tipos que hoje embelezam a cidade e dão prazer ver.

Podemos ver em baixo, uma das verdadeiras expressões do grafitismo com os seus desenhos altamente coloridos, expressivos, de linhas bem demarcadas. Pleno de assinaturas dos diferentes intervenientes, nas suas formas com característica arredondadas e largas, muito em voga actualmente.



Numa zona muito concorrida. Os miúdos adoram.


Pintura mural com espaço em baixo para que os colegas que desejarem escrevam aí as suas assinaturas, só que apareceu um ciclista madrugador bem carregado.


*Quando o poder se junta ao medo crónico, tudo começa a ficar
  melhor.
  Eric Hoffer

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