Pic-nic em pleno asfalto

Montreal, assim como todas as outras cidades do Quebec e locais de muito trânsito, tem o problema com o degêlo pois as ruas ficam cheias de buracos, chamados por este lados "nids-de-pule”. Por muito estranho que pareça, formam-se com uma facilidade incrível pois com as dilatações do asfalto no verão e as contrações no inverno criam fendas aonde penetra a água. Com o frio a água congela por baixo do asfalto, a sua dilatação levanta-o e com a evaporação cria um espaço vazio, que com a passagem do tráfego vai aumentando. Além disso temos a apanha de neve por máquinas pesadas, a grande maior parte delas munidas de lâminas, que só não desgastam o asfalto como por vezes o partem. Este inverno passado nevou bastante, tivémos vários períodos sem neve e alguns dias quentes, o que causou grandes problemas de manutenção das ruas. Por vezes tomam dimensões inesperadas pois as terras por baixo começam a dar de si. Assim no caso específico de Montreal, certas zonas mais degradadas aonde os carros saltam por todos os lados, recebem nomes específicos como: Afganistão, Tchetchenia, etc.
Já em onze de Abril de dois mil e dez, publiquei um artigo que vale a pena rever, aonde um artista fotográfico imortalizou o "nids-de-poule" de Montreal. Para o ver, carregue aqui.

Desta vez, a forma de chamar a atenção para tal caso foi captada pela foto abaixo, que saíu no jornal "Metro", no artigo de Mathias Marchal de dezassete deste mês, na página três.

Nem por isso é dos piores locais mas trata-se de uma imagem choque, que chama a atenção para o assunto. O outro problema da manutenção dos buracos, é que derivado ao tempo em que aparecem, têm de ser colmatados com alcatrão para tempo frio que não é muito forte e se misturado com as águas da neve ou  das chuvas, desfaz-se num instante. Isto leva a que a cãmara de Montreal tenha que tapar os buracos várias vezes num ano e por isso gasta cerca de CAN$500M, o que é um desgaste importante. Este ano, pela primeira vez vão utilizar neste campo um novo tipo de alcatrão. É um inventor do Quebec que conseguiu com o alcatão que se usa na impermiabilização dos telhados, criar um novo tipo já experimentado o ano passado numa cidade desta província e que ainda não se desfez. 

Tenhamos esperança para que os "buracos" desapareçam.