Para os meus lados, Coimbra, as pessoas do meu tempo nascidas na primeira metade do século passado, eram quase todas batizadas e como tal tinham padrinhos. Francamente, como os meus padrinhos eram da minha família directa e por isso estava com eles todos os dias de manhã à noite, sempre os tratei pelos seus nomes. Isto fez com que na minha vida real nunca tivesse dado importância a tão elevado cargo. Por outro lado, vivíamos numa casa geminada com aparência exterior rectangular, cuja porta principal ficava ao centro do lado mais curto da casa e oposto à casa contígua do vizinho. Do lado de trás que dava para o quintal, ficava a porta da cozinha. Eu era miúdo, fácilmente entrava em casa pela porta principal, subia quatro degraus para ficar ao nível do rés-do-chão, virava à direita, passava pelas escada que ficavam à minha direita e iam para o primeiro andar mas não as subia, entrava na cozinha que tinha uma porta que dava para o quintal do lado de trás. Era como se nesse tempo já nascessemos a fazer programação pois eram tantos os loops, que uma vez ou outra saía do quintal. Os meus pais tinham o hábito de terem sempre jovens a comerem em casa, quer fôssem da família ou estranhos. A minha Mãe fazia esticar a comida de tal forma e bem apaladada, que as pessoas voltavam, habituavam-se e nunca ninguém saíu de barriga vazia. Hoje, olhando para trás, não sei como fazia pois já comigo nos meus trinta anos, chegamos a sentarmo-nos quatorze à mesa. Era uma alegria.
Aconteceu que por volta dos meus oito anos todos me queriam para padrinho, a que eu até nem dava valôr. Francamente, senti-me mais ligado a quatro: dois afilhados e duas afilhadas, sendo uma de família directa e outra que até morava perto de mim, ao fundo de uma rua perpendicular à minha. Os outros todos, francamente até nem sei quem eram pois só os via quando iam buscar o folar, se não pudesse desaparecer. Até tive um afilhado que foi batizado com o meu nome quando eu estava de férias, ficando como testemunha o meu homólogo São Francisco que coitadinho, não tinha culpa nenhuma. Essa é que eu não compreendia porque é que o São Francisco não lhe dava o folar. Eram dois fins de semana de alerta constante. A minha família a quererem-me em casa para os receber e eu sempre a espreitar quando vinham para partir. Logo que os pressentia, esperava que batessem à porta ou tocassem à campaínha, deixava-me ficar na cozinha e quando começavam a entrar pela porta principal, saía pela porta de trás. Só os quatro a que me referi acima, é que nunca me foram visitar pela Páscoa pois encontrava-mo-nos de vez em quando e só isso fazia com que eu ainda gostasse mais deles. Tudo isto me dava cá uma revoóóólta...
Enfim, anos passados. Hoje ficam as saudades desses tempos.
Aconteceu que por volta dos meus oito anos todos me queriam para padrinho, a que eu até nem dava valôr. Francamente, senti-me mais ligado a quatro: dois afilhados e duas afilhadas, sendo uma de família directa e outra que até morava perto de mim, ao fundo de uma rua perpendicular à minha. Os outros todos, francamente até nem sei quem eram pois só os via quando iam buscar o folar, se não pudesse desaparecer. Até tive um afilhado que foi batizado com o meu nome quando eu estava de férias, ficando como testemunha o meu homólogo São Francisco que coitadinho, não tinha culpa nenhuma. Essa é que eu não compreendia porque é que o São Francisco não lhe dava o folar. Eram dois fins de semana de alerta constante. A minha família a quererem-me em casa para os receber e eu sempre a espreitar quando vinham para partir. Logo que os pressentia, esperava que batessem à porta ou tocassem à campaínha, deixava-me ficar na cozinha e quando começavam a entrar pela porta principal, saía pela porta de trás. Só os quatro a que me referi acima, é que nunca me foram visitar pela Páscoa pois encontrava-mo-nos de vez em quando e só isso fazia com que eu ainda gostasse mais deles. Tudo isto me dava cá uma revoóóólta...
Enfim, anos passados. Hoje ficam as saudades desses tempos.
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